Como a tecnologia muda a arte

Você já deve ter ouvido algum tio cult dizer que as novas gerações não sabem o que é música, ou, ao menos, que os novos hits do TikTok nem podem ser chamados de canções.

Acontece que, essa mudança na maneira como artistas criam não vem de hoje. Novas tecnologias, bem anteriores às dancinhas curtas, influenciam músicos, pintores e artistas — e você vai entender como isso tem a ver com negócios.

No ano de 1889, um sujeito chamado Vincent Van Gogh, criou a obra “Noite Estrelada” com um estilo de pintura diferente da época, como parte de um movimento artístico chamado Impressionismo.

O Impressionismo foi um dos mais marcantes da época, na Europa, e surgiu a partir da invenção da câmera fotográfica comercial.

Explicando: Assim que foi lançada, a tecnologia da câmera simplesmente colocou os artistas que pintavam retratos no banco de reserva, já que uma foto os capturava quase perfeitamente.

Para se ter uma ideia, em 1849, 100 mil parisienses tinham um retrato feito pela câmera.
Foi preciso mudar… Se a câmera capturava a realidade, a arte poderia, então, apresentar uma pintura subjetiva da realidade.

A arte se transformou…


Olhe novamente para a imagem. Esse foi o resultado real de uma mudança na arte, em decorrência de uma nova tecnologia. Tudo bem que Van Gogh morreu tendo vendido apenas uma pintura, mas estima-se que somente essa obra valha cerca de R$ 500 milhões.

PS: O quadro “Noite Estrelada” é a terceira pintura mais visitada do mundo.

Avançando alguns anos…


“Alexa, play Old town road”. As inovações também têm impactado bastante a indústria musical, mas, agora, estamos falando da tecnologia de dados e inteligência artificial.

Como assim? Com base em dados, os artistas estão criando músicas mais curtas, focadas em refrões cativantes e virais que terão mais streams e, assim, mais receita será gerada. Os algoritmos de redes sociais têm um papel forte nisso.

Veja como é real: O tempo médio das músicas lançadas no Spotify em 2020 atingiu 3 min e 17 segundos, cerca de 60 segundos (1 minuto) a menos do que as músicas de 1990.

Se você está se perguntando sobre a década de 30, as músicas eram curtas por causa de limitações técnicas — espaço no vinil e alto custo para gravar em fita.
No entanto, foram surgindo novas tecnologias mais acessíveis e baratas de gravação e CD, de forma que as músicas passaram a ser longas — o que começou a aparecer em 1950.

Os dados são fruto de uma análise feita pela UCLA de um conjunto de 160.000 músicas extraídas do Spotify. As músicas lançadas em 1990 tinham duração média de 4 min e 19 segundos.

O hit do ano “Bandido”, do Zé Felipe, tem apenas 2:12. Dê play nela aqui, como +60 milhões de pessoas fizeram nos últimos meses. risos.

Outro bom big hit


Lil Nas X é provavelmente o case mais famoso de um artista pioneiro na estratégia e movimento por conta de dados e inteligência artificial.

A música “Old town road” do cantor tem todos os ingredientes para que se tornasse um sucesso: uma batida envolvente que mistura country music e trap, vertente nascida do rap, alinhada a uma letra simples.

Essa foi a canção que permaneceu mais tempo na história em primeiro lugar na lista da Billboard.
Além disso, ela ficou 17 semanas consecutivas ocupando o topo da parada Hot 100 — ranking das faixas mais ouvidas nos EUA — tirando do trono “Despacito” e “One sweet day”, que tinham ficado 16.

Resumindo… Na próxima vez que alguém reclamar sobre as músicas dessa geração ou coisa do tipo, mostre essa história — ou edição — e siga feliz com seus hits.

Fonte: The News

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