A febre dos NFTs está chegando ao fim? Ainda é cedo pra dizer. Por mais que algumas pessoas, imediatamente após lerem o título, dirão algo como “eu avisei que era bolha!”, os NFTs podem ter diversos potenciais de uso.
- O que não quer dizer que o mercado de tokens não-fungíveis não esteja repleto de irracionalidades, da mesma forma que qualquer outro setor econômico.
A prova disso?
Conforme já noticiado pelo nosso pai dênius, o preço médio de um NFT caiu quase 50% desde o pico em novembro. Juntamente a isso, sua liquidez — que é a velocidade em que um ativo pode ser convertido em dinheiro — despencou.
- O volume diário de negociação na OpenSea (o maior mercado de NFTs), que era de cerca de US$ 250 milhões em fevereiro, baixou para “apenas” US$ 50 milhões em março — uma queda de 80%.
Um fator que influencia essa baixa é a queda do Ether — moeda mais usada para comprar NFTs —, que caiu mais de 40% desde seu pico em novembro, influenciando o ecossistema como um todo.
Por outro lado…
Oscilações acontecem em qualquer mercado. Portanto, ainda é cedo para dizer que os NFTs estão caindo por água abaixo. O número de compradores ainda é maior do que o número de vendedores e esses criptoativos podem ser ótimos meios para bons negócios.
Até porque, essa queda do interesse está muito relacionada às artes e especulações. Mesmo que, hoje, esse seja o uso mais comum dos tokens não-fungíveis, há diversos usos e negócios possíveis para eles além da valorização.
Que tipos de negócios?
No ano passado, os NFTs tiveram uma explosão em arte e mídia, sendo negociados e colecionados da mesma forma que obras de arte — seja pelo desejo da propriedade dos ativos ou por mera especulação.
Mas, o que nem todo mundo fala é que ainda há muito espaço para o uso dos NFTs, pensando em sua infraestrutura — principalmente para certificar a propriedade de determinados dados.
- Complicou? De forma mais prática, os NFTs poderão ser anexados ao mundo real — autenticando a posse de carros, roupas ou itens de luxo, por exemplo.
Com isso, será possível garantir que seu carro é seu, sem toda aquela papelada. No caso de produtos luxuosos, o NFT pode garantir sua originalidade, até para te ajudar a evitar comprar peças de segunda mão que sejam falsificadas.
Smart Royalties
Existem muitas lacunas de pagamento de royalties na indústria musical. A Open Music Initiative, por exemplo, uma iniciativa focada em inovações na indústria musical, está trabalhando para ajudar a garantir pagamentos justos a cada artista e colaborador da criação de uma música.
- Como? Através de contratos inteligentes — capazes de rastrear propriedade, licenciamento e royalties —, é possível pagar automaticamente um artista quando sua música for transmitida.
Pare pra pensar: Da mesma forma que um artista digital recebe royalties sempre que os NFTs criados por ele são vendidos entre outras pessoas, um artista musical receberá pagamentos de vendas subsequentes de seu conteúdo.
Uma lógica parecida vale para livros…
E o exemplo fica ainda mais claro: Vamos supor que o the biz virou autor, escreveu um livro (e-book) e o transformou em NFT. Você, que comprou o livro, poderá vendê-lo para seu amigo após terminar sua leitura. Com isso, o the biz receberá royalties — inclusive de possíveis vendas futuras, do seu amigo para outra pessoa.
- Nesse exemplo, todo mundo sai ganhando. Seu amigo pagou mais barato pelo e-book, você ganhou dinheiro por um livro que ficaria parado em sua estante virtual e o the biz recebeu um percentual dessa venda.
No fim das contas, a tecnologia ainda está começando e há um mar, ou melhor, um oceano de oportunidades. Provavelmente, ainda veremos muitas iniciativas surgindo na indústria dos NFTs em um futuro não tão distante.
Fonte: The News