A bolha das startups está estourando?

Demissões em massa e reduções expressivas no valuation 

Duas situações que estão sendo vistas com bastante frequência nos últimos tempos, especialmente no universo startupeiro.

Um dos principais fatores que leva a essas quedas, tanto nas startups quanto em companhias gigantes (falaremos melhor delas daqui a pouco), é a inflação que está atingindo o mundo todo.

A influência da COVID foi grande, visto que esse aumento dos preços está muito relacionado a problemas na cadeia global de suprimentos e à emissão desenfreada de dinheiro por diversos governos, ambos reflexo da pandemia.

Muitos outros países vivem situações parecidas e estão de olho na maior economia do planeta. Até porque o que acontece na terra do Tio Sam impacta o mundo todo.

Sabe como isso se aplica no mundo das startups? 

A maior parte do dinheiro investido globalmente em startups vem dos EUA.

  • A onda de inflação alta que estamos vivendo deixa os fundos de investimento mais inclinados a colocarem seu dinheiro em ativos mais seguros.

A lógica é a seguinte: Quando a inflação sobe, os governos aumentam a taxa de juros para combatê-la. E uma taxa de juros alta faz com que a rentabilidade da renda fixa seja maior.

Logo… Por que um investidor vai arriscar investir em uma startup, sendo que a renda fixa — investimento muito mais seguro — está pagando quase 10% ao ano? Muitas vezes, não vale o risco.

Outro ponto de destaque 

As taxas de juros elevadas impactam o valor das empresas, principalmente as de tecnologia, que englobam muitas startups.

  • Isso porque seu valor está no futuro, ou seja, na expectativa dos investidores de que seus resultados vão crescer e seu valor será maior do que é hoje (falamos disso nessa edição).

Com os juros altos, o acesso a crédito — tanto empréstimos quanto captação de rodadas de investimento — fica mais difícil. Lembre: Nesses momentos, os investidores buscam investimentos mais seguros.

Ainda sobre a reprecificação das startups…

Os juros elevados contribuíram para corrigir o valuation desses negócios, pois a expectativa de crescimento — que faz o mercado precificar tais empresas em valores tão altos — fica muito menor.

Dessa forma, os fundos de investimento, para reduzirem seu risco, aproveitam as oportunidades geradas pelos juros altos, como a renda fixa.

O resultado? 

Uma redução nos investimentos em startups. No ano passado, o Vision Fund — fundo do SoftBank focado em empresas de tecnologia — registrou seu maior prejuízo desde seu início, em 2017.

O conglomerado japonês perdeu quase US$ 30 bilhões com investimentos em empresas de tech. Por essas e outras, o SoftBank deve cortar entre 50-75% dos investimentos em startups.

Além do SoftBank, que foi quem mais investiu em Venture Capital em 2021, diversos outros grandes fundos também perderam muito dinheiro.

Como será daqui pra frente? 

Infelizmente, o dêbiz não é Mãe Dináh pra te dar essa resposta. risos. Mas uma coisa é fato: a realidade mudou, e é preciso se adaptar a ela.

  • Estamos passando por um momento de transição no cenário de startups e não dá pra saber como será daqui pra frente.

Foque no que está no seu controle: Aproveitar os avanços da tecnologia, gerar caixa para não depender de investimentos externos e construir um negócio que crie valor para seus clientes.

E não se esqueça que foi em momento de crise em que empresas como Amazon, Google, Airbnb, Uber e tantas outras surgiram e se consolidaram. Sempre haverá espaço pra quem é bom e faz diferente.

Fonte: The News

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