Proteja seu celular da clonagem

Proteja seu celular da clonagem

Seu celular pode ser clonado! Para muitos, uma novidade. A outros, nem tanto. Para quem já foi vítima, uma certeza de transtornos.

O fato é que a clonagem de celular está virando moda. Seja ela para fins de roubos de senhas e documentos ou simplesmente para espiar conversas trocadas em aplicativos de mensagens.

O problema é muito sério, as consequências são imensuráveis e as operadoras de telefonia móvel precisam buscar mecanismos para aumentar a segurança de seus clientes.

Infelizmente, graças a tecnologia conhecida como SIM Swap, criminosos conseguem clonar o chip do celular de uma pessoa.

Como os criminosos fazem a clonagem do chip e a coleta dos dados?

Inicialmente, eles fazem uma coleta de informações da vítima. Normalmente, primeiro vasculham as redes sociais para capturar informações da vida cotidiana do seu alvo.

Posteriormente, utilizam técnicas como a OSINT (que é a Inteligência de Fontes Abertas), elas varrem a internet, capturam informações das vítimas de forma não invasiva e salvam em uma base de dados local.

Em seguida, os criminosos selecionam as informações que irão precisar. Além disso, eles também podem utilizar outras ferramentas, como envio de e-mails phishing, que induzem as pessoas a compartilharem informações confidenciais, como senhas e número de cartões de crédito.

Por último, eles podem fazer uso da engenharia social, que é uma espécie de manipulação psicológica.

Os criminosos ligam para a vítima, após ter descoberto seu número de telefone, e se passam por alguma empresa de pesquisa, buscando extrair o máximo possível de informações pessoais.

Até o momento, tem-se o conhecimento destas três formas de captura de dados para clonagem via SIM Swap.

Entretanto, com o avanço tecnológico, os criminosos podem vir a desenvolver outras formas para cometerem seus crimes.

Então, com a posse de todas as informações pessoais sobre a vítima escolhida, os criminosos criam uma identidade falsa.

Com isso, entram em contato com a operadora de celular do alvo e informam ao atendente que o seu chip SIM foi perdido ou está danificado. Em seguida, solicitam que ative um outro chip com o mesmo número de telefone anterior.

Dessa forma, como de praxe, as operadoras realizam essa solicitação, por telefone mesmo, e apenas solicitam que a pessoa responda algumas perguntas para “segurança”, que normalmente são os dados pessoais, que os criminosos já têm acesso.

Ou seja, é muito fácil para os criminosos convencerem o atendente para que ele efetive a solicitação.

Pronto! A partir daí, os criminosos já têm um chip com o número da vítima e dá andamento ao estrago na vida dessa pessoa.

Com esse acesso irrestrito ao número de telefone, os criminosos invadem e-mails e outros serviços que utilizam autenticação de dois fatores (2FA), entre outros.

O que fazer para tentar se proteger da clonagem do chip de celular?

A vítima só identifica a fraude quando tenta fazer uma ligação ou enviar mensagens de texto e não tiver êxito, já que os criminosos desativam o chip SIM da pessoa, desde o momento em que ativam o novo chip na operadora.

Então, fica a dica: desconfie quando o seu celular não fizer ligação ou enviar mensagem e tome providências urgentes, como, por exemplo, contatar a operadora de telefonia para saber o que houve.

Ações simples, como evitar a exposição de informações pessoais nas redes sociais (endereço, número de celular e e-mail) e redobrar a atenção ao abrir e-mails de origem desconhecida (o que evita o phishing).

Também, tomar precauções ao atender ligações de supostas empresas ou pesquisas de opinião, podem evitar que seu celular seja clonado.

Particularmente, nessa situação específica do SIM Swap, acredito que as operadoras de telefonia deveriam implantar um código secreto para cada usuário, de forma que somente ele e a operadora tivessem conhecimento. 

Isso poderia dificultar essa ação dos criminosos ou, até mesmo, coibir. Seria mais uma forma de oferecer segurança e proteção para os dados pessoais de seus clientes.

A operadora que fizer isso, com certeza sairá na frente nesse quesito de segurança.

Logo, cuidar dos dados pessoais deve ser uma atitude permanente de todos nós que fazemos uso da tecnologia e da internet no nosso cotidiano.


Sobre o autor

Cleyton Salomé dos Santos é gestor em Tecnologia da Informação e Especialista em Segurança de Dados.

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